obrigação
e responsabilidade
A moral imposta ao indivíduo pela sociedade (moral predominante, vigente, coletiva, social ou pública) tende a gerar o sentimento de obrigação; e quando é expressão das propensões naturais da pessoa (moral individual ou própria), a gerar o sentimento de responsabilidade. A pessoa normalmente se crê responsável pelas ações que são fruto da sua vontade, mas só se sente responsável por aquelas de acordo com sua essência. A moral individual falsa, ou seja, fruto de propensões incompatíveis com a essência do indivíduo (homem camaleão), também tende a gerar o sentimento de obrigação. Do cumprimento de obrigação só pode resultar o mal, pelo menos o mal do agente por ter cumprido uma obrigação; da responsabilidade tende a resultar apenas o bem. Quando verdadeira, a moral individual induz à prática de ações que garantam a própria sobrevivência e evolução, bem como a coletiva.
A
moral nasce como obrigação na infância
(fruto da
educação) e, já na fase adulta da
pessoa, se
transforma em responsabilidade quando se identifica com as suas
propensões.
A obrigação é fruto da
socialização
do indivíduo, tem origem externa, e dela resulta o
sofrimento.
Ninguém cria conscientemente e de livre e
espontânea
vontade uma obrigação para si. A responsabilidade
é fruto da essência, tem origem interna, e dela
resulta a
felicidade.
O homem racional acredita ser responsável em
função de seus valores morais. O homem emocional
se sente
responsável em função do amor, pois
quem ama cuida
(e se cuida), se sente compelido a fazer o bem e a reparar o mal. A
responsabilidade só é plena/completa quando
há
compatibilidade entre essas duas facetas, ou seja, quando a
ação é fruto da virtude e do amor (a si e/ou ao outro),
pois nesta
condição o pensar e o sentir estão de
acordo com a
essência, a pessoa acredita ser e se sente
responsável.