Cultura é a parte do conhecimento relacionada às instituições, ao comportamento, às crenças e aos valores. Expressa a maneira pela qual um povo (um grupo ou uma pessoa) vivencia a REALIDADE.

A cultura de um povo é a principal forma de consolidação de sua evolução e da transmissão desta às novas gerações. Ela não deve ser utilizada como um meio para acelerar a evolução, visto que esta só ocorre passo-a-passo, e uma cultura mais avançada que o povo é fonte de sofrimento (do sentimento de imperfeição). Por outro lado, ela também não deve ser engessada, como se toda evolução possível já houvesse sido alcançada, pois fatalmente se tornaria menos evoluída que o povo e, portanto, também seria fonte de sofrimento (de cerceamento de liberdade), além de um dificultador para o desenvolvimento e a evolução do indivíduo. Toda cultura em descompasso com a evolução do povo fomenta a criação de personagens e, consequentemente, é fonte de sofrimento. A cultura deve ser natural e agregadora, deve ser do povo e para o povo, não deve ser nem mais e nem menos evoluída que ele.

O ser humano precisa ter crenças, pois elas dão segurança e identidade. Elas são facilitadoras do comportamento, visto que facilitam (e até automatizam) o pensamento. Devido a estas características, é natural que o ser humano oponha resistência à mudanças em suas crenças, mas ele não pode se apegar a elas (ser intransigente), pois isto dificulta a evolução (não podemos ser possuídos por nossas crenças). Crenças arraigadas quando equivocadas perpetuam o sofrimento. É preciso analisar as crenças sob a ótica do resultado, do sentimento causado: resultado ruim, crença ruim. É preciso buscar as origens das crenças, pois razões equivocadas sustentam crenças equivocadas.

Em todo diálogo há, em segundo plano, de forma velada ou inconsciente, um confronto das crenças que embasam os pensamentos expostos pelas pessoas no diálogo. Há, portanto, um diálogo paralelo ao principal, que precisa ser resolvido antes daquele, pois, se não houver compatibilidade entre as crenças das pessoas, o diálogo tende a não ser produtivo para todos os envolvidos.