ser-no-mundo


Ser-no-mundo é vivenciar ativamente a REALIDADE de uma forma única desenvolvida pelo próprio indivíduo em função de sua essência, de sua vivência e do livre-arbítrio. Ser-no-mundo é se autoconstruir na relação com o mundo mediante uso do livre-arbítrio; estar-no-mundo é ser moldado pelas circunstâncias. Ser-no-mundo é viver; estar-no-mundo é existir.

Ser-no-mundo é ser proativo, é ser parte ativa da REALIDADE; e isso só é possível ao homem porque ele não foi criado para ser fruto apenas de sua essência e do meio, pois ele é dotado de livre-arbítrio, o que lhe dá a possibilidade (e a responsabilidade) de ter participação ativa no desenvolvimento de sua forma de viver. É por ter livre-arbítrio que ele pode escolher viver de acordo ou em desacordo com sua essência e/ou com o meio.

Os hábitos são frutos do Eu e do não-eu, e vice-versa. Hábitos inadequados levam ao desenvolvimento do não-eu; e, por sua vez, o não-eu leva ao desenvolvimento de hábitos inadequados. Hábitos adequados induzem ao desenvolvimento do Eu; e, por sua vez, o Eu induz ao desenvolvimento de hábitos adequados. 

A soma de todos os hábitos define a forma de viver do indivíduo. E por ser função de uma forma de viver, só configura o ser-no-mundo aquilo que é habitual; no fortuito o indivíduo apenas está, quer reagindo ao desconhecido, quer buscando aprimorar o eu; como regra, o que permanece fortuito não configura o eu, e não muda a forma de viver.

Ser-no-mundo é função dos hábitos, mas para evoluir a forma de ser-no-mundo é preciso duvidar deles, é preciso estar. O ser humano para evoluir (ser-no-mundo plenamente) precisa sair da zona de segurança, ter coragem para oscilar entre o ser e o estar, entre o conhecido e o desconhecido, e assim criar novos hábitos e/ou promover o desenvolvimento dos antigos.