nuances da liberdade
Ter liberdade é poder fazer o que se quer (e não fazer o que não se quer), é viver em uma situação/condição tal que não haja qualquer restrição/limitação externa ao exercício da vontade. Em termos práticos, ter liberdade é a percepção de poder fazer:
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O que se quer (presente);
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O que se pensa que poderá/irá querer (futuro);
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O que se poderia querer, caso fosse uma outra pessoa.
Liberdade individual efetiva/útil é aquela referente ao que a pessoa quer ou
poderá querer fazer. Liberdade de escolha é aquela
que, embora não relacionada diretamente ao que a pessoa quer ou poderá querer fazer,
ela entenda que deva existir. Por ser egoísta, o ser humano
tende a buscar prioritariamente a liberdade efetiva/útil e
secundariamente a
liberdade de escolha, mas com a evolução o bem
individual se mistura com o coletivo, ou seja, para o
indivíduo
evoluído a liberdade do outro é tão importante
quanto a própria.
Ser livre é sentir-se livre, é sentir que se tem a liberdade necessária e suficiente para agir totalmente de acordo com a própria vontade (sem ser coagido, impedido ou induzido a não fazê-lo). É fruto do passado, presente e futuro. É o sentimento decorrente de:
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Ter feito o que se quiz no passado;
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Estar fazendo o que se quer no presente;
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Ter liberdade.
A liberdade pode ser definida como uma situação/condição, mas o que importa realmente para o indivíduo é como ele se sente no tocante à satisfação desta necessidade, ou seja, se ele se sente livre, ele é livre, independentemente da sua situação/condição. É, portanto, irrelevante para a pessoa o simples fato de que ela possa estar impedida, total ou parcialmente, de exercer algum tipo de liberdade, caso esta situação reflita a vontade dela e ela se sinta livre.
O sentimento de liberdade sofre forte influência das experiências vividas pela pessoa - se a pessoa passou por situações onde se sentiu submetida a um continuado e/ou acentuado cerceamento de sua liberdade, ela, para sentir-se livre, poderá necessitar de ter maior liberdade e/ou de vivenciar um maior número de experiências favoráveis neste quesito. A liberdade de escolha também exerce influência no sentimento de liberdade do indivíduo, pois, ele a sente ameaçada quando há cerceamento de liberdade relativo ao que ele pensa que poderia querer, caso fosse uma outra pessoa.
Um cerceamento de liberdade relativo a algo que não se quer fazer é equivalente a uma liberdade para o que não se quer, o que, embora não tenha efeito prático sobre o agir/fazer, pode tê-lo sobre o sentimento de liberdade do indivíduo.
Considerando-se que cada pessoa é única e que, portanto, a vontade muda de pessoa para pessoa, conclui-se que, para uma determinada situação e conjunto de pessoas, o grau de liberdade necessário para que cada uma delas se sinta livre é variável.