natureza
No início, o homem se sentia parte da natureza e naturalmente ele a respeitava, e cuidava dela, pois não fazia sentido querer destruir algo de que se é parte; destruir a natureza era como destruir a si mesmo e um dano significativo a ela lhe causava a dor da perda. Homem e natureza estavam em harmonia. Com o passar do tempo, entretanto, ele desenvolveu o desejo de acumular riquezas, e ela passou a ser vista como apenas um meio para esse fim.
Não somos donos da natureza, somos parte dela. Sem natureza, sem humanidade. Estima-se que o planeta Terra tenha 4,6 bilhões de anos, que os primeiros seres vivos tenham surgido há 3,5 bilhões de anos e que os primeiros ancestrais dos seres humanos tenham surgido há apenas 4 milhões de anos. Portanto, a natureza viva ficou 3,5 bilhões de anos evoluindo para chegar a ser o que ainda existe de reserva natural no planeta. Ficar fazendo experiências inconsequentes com o planeta, pensando que se pode recuperá-lo se necessário, é falta de bom senso, é desprezo pela vida. O ônus da prova deve ser de quem quer destruir; na dúvida, por menor que seja, a preservação deve ser a regra. Quem quiser destruir deve primeiro comprovar que isso é o melhor para todos os que aqui vivem, e para todos os que aqui nascerão. Os governantes não são responsáveis apenas pela satisfação das necessidades e desejos da população atual dos territórios por eles administrados, eles são também responsáveis por todas as gerações vindouras e, portanto, pela manutenção da vida no planeta.
Os
erros
dos outros no passado (desmatamentos
desnecessários,
poluição do ar e das águas,
etc.) não justificam os nossos no
presente; muito pelo contrário, o conhecimento deles nos
torna mais responsáveis ainda por tomar decisões
acertadas. O passado dos países mais "velhos" pode
ser um mau exemplo, mas isso não os fazem necessariamente
merecedores de críticas, pois os tempos eram outros;
não
se sabia o que hoje se sabe e não se pensava como
atualmente. Os
interesses particulares, quer sejam de Estados, quer sejam de
indivíduos, devem ficar em segundo plano quando se trata de
devastar a
natureza.
Em um mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, não
é
cabível a divisão por países quando se
trata da
manutenção do planeta. A regra deve ser unir para
preservar; unir para sobreviver.