n. sri ram e a verdade



No livro "Em busca da sabedoria", o filósofo e teósofo N. Sri Ram escreveu:

"É apenas a vida que exterioriza a verdade, bem como os valores daquilo em que se acredita ou a ideia que se defende.
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A menos que haja um determinado grau de desapego, de modo que o Eu não se envolva com suas reações, não há possibilidade de se obter uma verdadeira visão das coisas, porque as reações pessoais sempre obscurecem a visão e o julgamento da pessoa. Para compreender aquilo que se observa, sejam eventos que se realizam no palco do mundo sobre os quais lemos todos os dias ou eventos na esfera da vida pessoal, e agir corretamente, a pessoa precisa ser capaz de olhar para essas coisas sem tomar partido e sem qualquer elemento de uma forma de pensar com desejo. É preciso ter um espírito de busca imparcial e livre para chegar à verdade com relação a qualquer coisa. Se determinado ponto de vista for expresso, ele não deverá ser imediatamente aceito ou rejeitado, mas primeiramente terá de ser considerado. É apenas ao restringir-se suficientemente e ao parar para considerar sem rejeição ou aceitação impacientes, que a pessoa poderá conhecer a verdade subjacente... Até mesmo se um ponto de vista for errôneo, dever-se-ia saber de que forma o é, qual é a natureza do erro nele envolvido e como surge.
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A verdade não admite compromissos, embora o comportamento de uma pessoa possa fazê-lo.
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Existem as coisas concretas ao nosso redor que podemos observar com as faculdades que normalmente usamos. Podemos compreender a sua natureza e propriedades ao menos superficialmente, mas a verdade significa muito mais que tal compreensão e não deverá ser confundida com qualquer visão que se possa projetar, baseada em ideias preconcebidas ou em predileções. É fácil sucumbir aos grilhões de qualquer ilusão prazeirosa, imaginando-a verdadeira.
O que fundamentalmente causa a ilusão é a busca daquilo que proporciona prazer, daquilo que gratifica em qualquer nível que seja. Gostamos de aceitar algo mental ou fisicamente por proporcionar prazer, por ser conveniente fazê-lo ou por ser um pensamento reconfortante; é adequado a nossa forma habitual de pensar por assim dizer. Compreender a verdade não é a mesma coisa que assenhorar-se de uma ideia, e ater-se a ela com fervor. A mente é facilmente subornada pelo prazer.
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Viver uma vida de verdade não consiste meramente em falar a verdade. Pretender ser aquilo que não somos é tão corruptivo quanto a inverdade no discurso. Em nosso coração precisa reinar o amor genuíno pela verdade. Somente podemos ser integralmente verdadeiros se valorizarmos a verdade e atribuirmos importância a ela em nossa vida e pensamento, ou então precisamos estar tão plenos de amor que não podemos nutrir o menor desejo de enganar. Quando vivemos uma vida de verdade, começamos a amar o próprio sentimento de sermos verdadeiros, e toda a nossa natureza assume uma forma que se harmoniza com a verdadeira natureza das coisas. O mero conhecimento não é o mesmo que o amor pela verdade, sem a qual não há possibilidade de sabedoria.
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Esta é a era da propaganda para diferentes finalidades. A tentativa da propaganda é sempre a de construir uma imagem atraente. A palavra "imagem" está muito em voga atualmente, porque as pessoas se preocupam não com a verdade, mas com o êxito e a imagem que está sendo apresentada... Mas a imagem é apenas um fantasma, uma aparência, e a menos que ela reflita o que realmente é, a atração criada será uma atração falsa.
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Existe uma grande distinção entre pensar que amamos e amar de fato. Meramente ensaiar a idéia do amor e usufruir o prazer que causa, não traz o amor, é apenas um exercício. Mas somos tão capazes de nos iludirmos, pensando que amamos toda a humanidade, até mesmo quando não amamos os indivíduos que a compõem. Precisamos traçar uma distinção clara entre aquilo que é real ou verdadeiro e aquilo que é apenas forjado pela mente. Isto requer uma inteligência muito aguçada e um constante discernimento da diferença entre o real e o imaginário."