influências
A emoção é inata e mantém suas características por toda a vida, mas, para possibilitar que a pessoa esteja sempre em sintonia com o ambiente e com a época em que vive e que a emoção evolua e mantenha sua eficácia com o passar dos tempos, podem ser alterados o estímulo, a intensidade e a expressão. É a consciência da emoção (o fato de sentir, saber o que sente e porque sente), que dá ao ser humano a possibilidade de influir, de promover essas alterações no processo emocional, de exercer seu livre arbítrio. Esta possibilidade de influir na emoção foi aumentada com a capacidade que o pensamento tem de gerar um sentimento (uma reação emocional incompleta), pois ela possibilita que, além de ter consciência da emoção que vivenciou, o ser humano tenha previamente consciência da que poderá vivenciar no futuro.
A causa, a intensidade e a expressão da emoção sofrem a influência dos pensamentos e sentimentos a ela vinculados da seguinte maneira: (1) o sentimento se modifica pela interação com o pensamento associado a ele e (2) esta mudança altera a causa e/ou a intensidade e/ou a expressão da emoção . Como consequência tem-se que: (1) para um determinado estímulo, uma nova reação emocional não é necessariamente igual à anterior e (2) é possivel criar novos estímulos para uma mesma reação.
Embora a mente racional apresente uma tendência à manutenção de suas crenças, ela as muda com relativa facilidade em função das provas obtidas. A mente emocional como regra oferece dificuldade/resistência muito maior à mudanças, pois só muda em função das experiências emocionais, e pode ser necessário muitas delas para que a mudança seja implementada por completo, especialmente quando relacionadas a propensões inatas (instintos e intuições) ou decorrentes de traumas. Não basta a pessoa acreditar que uma emoção já não está adequada ao contexto em que ela vive atualmente, é preciso vivenciar/imaginar situações onde o sentimento decorrente da emoção gerada evidencie esta situação e assim promova paulatinamente a mudança necessária na emoção. É por meio dos sentimentos decorrentes de situações vividas ou imaginadas que o ser humano promove as alterações necessárias na emoção, modificando seu uso e ampliando seu alcance, para adequá-las a sua realidade atual. Para tanto são relevantes na experiência atual quando comparada com a anterior:
- A intensidade do sentimento - quanto maior a diferença de intensidade, maior a alteração na emoção.
- O tempo de permanência do sentimento - quanto maior a diferença de tempo, maior a alteração na emoção.
- A repetição do sentimento - quanto mais experiências reais e evocações, maior a alteração na emoção;
- As mudanças no estímulo -
quanto maior a mudança no estímulo, maior a
alteração na emoção.
As
alterações possíveis nas emoções fez com que cada uma delas tivessem suas
variações na denominação, tais como:
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Alegria - euforia, contentamento, entusiasmo, satisfação;
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Amor - empatia, simpatia, aceitação;
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Medo - pânico, pavor, terror, apreeensão;
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Surpresa - assombro, espanto, admiração;
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Tristeza - luto, pesar, melancolia;
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Nojo - repugnância, asco;
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Raiva - ódio, ira, cólera, aborrecimento;
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Curiosidade - vigilância, atenção.
Nas variações extremadas (pânico, aversão, ódio e similares), geralmente o estímulo é continuado e, consequentemente, são mais comuns em emoções adaptadas, por serem relacionadas à desejos raramente satisfeitos. Entretanto, quando se trata de trauma, uma única ocorrência do fato causador pode ser suficiente para definir a reação emocional extremada, que se repetirá sempre que houver a ocorrênca do estímulo necessário.
O fato de poder alterar o estímulo, a intensidade e a expressão da emoção possibilita a adaptação da pessoa à sua realidade, mas não resulta automaticamente em alteração do instinto e/ou da intuição, visto que, por serem estes reflexo do estágio evolutivo da pessoa, são conservadores, resistentes à grandes mudanças - a evolução só ocorre passo-a-passo. Consequentemente, as emoções inatas tendem a manter todas as suas características, inclusive estímulo, intensidade e expressão, ou seja, a criação de novas emoções a partir de alterações no estímulo, na intensidade e/ou na expressão de uma emoção inata não resulta na alteração dela, excetuada a decorrente da evolução.