eu maior: relacionamentos afetivos



No livro "Eu Maior - Cap. XV", grandes expoentes de diversas áreas falaram sobre o amor:

  1. Flávio Gikovate: "No século XX, a vida ficou mais fácil e o próprio casamento deixou de ser uma necessidade imperativa - pelo menos em termos objetivos. As pessoas nunca foram tão independentes, todavia continuam fazendo suas escolhas sentimetais como se lhes faltasse uma metade. Não é à toa que a taxa de divórcios não para de crescer. O amor de fusão caducou e precisa ser substituído por um novo tipo de relacionamento, mais respeitoso da individualidade característica do século XXI.... Eu costumo escrever '+Amor', porque não se trata de quantidade, e sim de qualidade. O correto seria dizer 'mais do que amor', ou seja, um amor que superou o ideal do amor romântico, caracterizado pela fusão de duas metades. O que caraceriza o '+Amor' é a aproximação de duas unidades, isto é, de dois inteiros... a aproximação de duas unidades pressupõe afinidades de caráter e de inteeresses que se desdobram em projetos de vida naturalmente compatíveis. De certa forma, o '+Amor' se aproxima muito das amizades, só que com um vínculo erótico característico."

  2. Sri Prem Baba: "Sempre digo que, se o planeta Terra é a nossa escola, os relacionamentos são a nossa universidade.... O 'outro' é o melhor material da escola, pois ele serve de espelho para que possamos ver aspectos da nossa personalidade que ainda precisamos melhorar... O verdadeiro amor é incondicional, porque é a expressão natural de Deus - que ama tudo e todos da mesma forma."

  3. Ricardo Lindemann: "Krishnamurti dizia que é nos relacionamentos diários que nós obtemos o autoconhecimento. Eu diria que ali nós temos um espelho para conhecer a nós mesmos e tanbém um termômetro, uma forma de medir quanto de sabedoria realmente entrou no nosso coração... Se tu queres usar o casamento como uma muleta, com certeza tu vais sobrecarregar o pobre cônjuge, demandando dele isso e aquilo. Uma relação como essa tende a não durar, porque acaba se tornando sugante ou sufocante... Então, se tu consegues amar um ser e lhe dar liberdade, acho que aí tu amas de verdade. Por outro lado, se tu queres ter o controle sobre aquele ser, temo que esse amor tenha sido confundido com um domínio, uma paixão. Quando o amor é verdadeiro, nós conseguimos levar a pessoa a seguir seu curso e seu talento natural."

  4. Laís Bodanzky: " Eu acho que, justamente por causa do amor, o casamento tradicional pode estar com os dias contados... Hoje em dia, a gente diz que se casa por amor, só que muitas vezes o amor acaba e o casamento, não. Acho que o casamento é uma instituição rígida e endurecida demais para dar conta de um sentimento tão dinâmico e libertário como o amor contemporâneo.... Acho que a sociedade vai desenvolver outras formas de um casal se unir e eventualmente constituir uma família... O certo é que as pessoas estão cada vez menos dispostas a abrir mão se sua liberdade individual."

  5. Richard Simonetti: "O foco da paixão é a autossatisfação, o prazer a qualquer preço, sem perspectivas para além da hora presente. Já o amor não. Quando você ama, você deseja o bem da outra pessoa e se realiza com o bem dela... Resumindo, eu diria que paixão é instinto, é autoafirmação, é prazer a qualquer preço. Já o amor é um processo de doação, de querer o bem do outro e de trabalhar por esse bem."

  6. Marina Silva: "Amar é um ato de vontade. Aliás, uma diferença que eu vejo entre amor e paixão é que o amor é algo que você constrói, enquanto a paixão vem sem esforço. Você não cria a paixão; é ela que te cria. Já o amor precisa ser cultivado."

  7. Ari Raynsford: "Se a identidade da pessoa está muito associada ao ego, ou seja, à sua personalidade, realmente não faz muito sentido falar em amor por si mesmo. Afinal de contas, se o ego pudesse amar  a si próprio, não haveria essa sensação de incompletude que ele mesmo busca suprir com o amor. Agora, se a identidade do sujeito já estiver associada à consciência que está além do ego, aí, sim, me parece que esse tipo de amor é cabível. Na verdade, seria o amor da pessoa pela sua essência, não pela inexistência. Possivelmente era isso que Jesus tinha em mente quando disse 'Ame ao próximo com a si mesmo'. Se amo Deus em mim, é natural que ame Deus no outro, e vice-versa, porque a essência é a mesma."