religião e evolução
A religião é uma parte da cultura relacionada às VERDADES sobre a espiritualidade e aos valores últimos, dos quais os demais são derivados.
Ao homem espiritual basta o agir em conformidade com a intuição, mas o homem racional necessita de razões/motivos para instruir o pensamento e, assim, poder influir no comportamento. Geralmente, é na religião que ele busca as crenças referentes à espiritualidade de que necessita.
Transcender não é negar a REALIDADE ou a VERDADE, pois ao negá-las cria-se dissonâncias que serão fonte de sofrimento. A pessoa deve buscar desenvolver crenças que possibilitem e/ou facilitem a tomada de decisões que a façam feliz, e isso só é possível de forma sustentada/continuada quando elas estão em consonância com a VERDADE/REALIDADE.
As
religiões têm como objetivo, normalmente, a evolução
espiritual rumo à perfeição, a partir do amor
a Deus, a si e ao próximo. Amar
é essencialmente cuidar, mas Deus é Poder, Amor e
Perfeição e, portanto, não precisa
de cuidados. Amar a Deus é simplesmente viver conforme seus desígnios. Fomos feitos para viver e amar, para sobreviver e evoluir, e para ser felizes.
Esta é, portanto, a vontade de Deus. E viver conforme a vontade
Dele é o que podemos fazer em sinal de reconhecimento de sua
grandeza e de agradecimento por sua bondade.
A oração e a adoração a Deus é algo natural, em função de sua grandeza, e útil para sossegar a mente, para recuperar a paz, e assim deixar o indivíduo mais apto para assimiliar os ensinamentos, bem como para evidenciar os valores espirituais, e não deixá-lo esquecer da direção para onde a vida caminha.
Por ser criação de Deus, o mundo é perfeito e não carece de reparos ou intervenções; é a falta de compreensão da obra e da vontade de Deus que nos leva a pedir e esperar que Ele mude o nosso destino.
A religião deve facilitar o desenvolvimento da pessoa: (1) ajudando-a a encontrar um sentido para a vida e para a morte e (2) promovendo o sentimento de comunidade, de amor a si e ao próximo. A religião deve favorecer a satisfação das necessidades (ter, ser e amar com segurança e liberdade), não deve fomentar emoções negativas e nem criar obrigações (pois elas geram sofrimento). Em suma, a religião deve fomentar o desenvolvimento do indivíduo pela responsabilidade, que é fruto do amor, e pela alegria. A partir do sofrimento, a pessoa até pode descobrir o caminho, mas o sofrimento não é o caminho.
A religião deve ser avaliada por seus resultados. Na leitura de textos religiosos, a pessoa não deve se ater ao extraordinário, mas aos ensinamentos; o que importa de fato não são os acontecimentos neles narrados, mas a mensagem transmitida. As religiões que favorecem a felicidade e a evolução são úteis, e as que as dificultam são prejudiciais; as que sustentam sua pregação no amor e na alegria são úteis, mas as que o fazem baseadas no medo, na raiva ou na tristeza são prejudiciais.
A
pessoa não crer em Deus é um dificultador para a sua
caminhada rumo à perfeição, mas não
é um impedimento, pois amar a Deus é cumprir os seus desígnios, e Ele nos criou
com necessidades que, uma vez satisfeitas em sua inteireza, nos
propicia evolução e felicidade. Para satisfazer os
desígnios de Deus não é preciso acreditar n'Ele,
mas é preciso ser feliz. Aquele que crê e não
é feliz pode estar mais distante de Deus do que o que não
crê mas é feliz, pois o primeiro pode não estar
vivendo de acordo com vontade d'Ele, enquanto o segundo
está.