satisfação versus obrigação


"Viver.
Deixar Viver.
Ajudar a Viver"

A vida em comunidade, assim como todo relacionamento entre duas pessoas (amizade, casamento, companheirismo, etc.), tende a gerar obrigações. Muitas são úteis para a preservação do bem comum, outras são totalmente dispensáveis. Para conciliar individualidade e relacionamento, de tal modo que ambos sejam preservados e as necessidades sejam atendidas, é preciso ter em mente que:

  • O que é satisfação para um pode ser obrigação para o outro.

  • As obrigações constituem entraves à satisfação das necessidades, pois  ocupam o tempo da pessoa com atividades que não são prioridade para ela. Devem ser minimizadas.

  • As obrigações podem induzir à formação de personagens.

  • A obrigação é "irmã" da reciprocidade e da compensação. Quando uma pessoa faz algo pela outra por obrigação, fica implícita a obrigação de reciprocidade ou compensação, ou seja, ela espera que a outra faça o mesmo por ela ou a recompense de alguma forma. É obrigação gerando obrigação.

  • As obrigações úteis para a comunidade ou relacionamento devem ser compartilhadas/divididas de forma que todos seja igualmente onerados.

  • O balanço satisfação versus obrigação deve ser positivo para todos os envolvidos.

Em outras palavras:

  • Viver - a pessoa assoberbada de obrigações não tem vida própria, não tem tempo para dedicar à busca da própria felicidade.

  • Deixar viver - não gerar obrigações para o outro é a forma mais primária de facilitar a sua caminhada. No relacionamento, gerar obrigação para o outro é uma forma de opressão, um dificultador para a busca da felicidade, e, portanto, é preciso que cada um assuma a responsabilidade por atender/eliminar as obrigações de sua autoria que não forem consideradas úteis pelo outro. Por outro lado, não compartilhar da responsabilidade de atender às obrigações úteis à vida em comunidade equivale a gerar obrigação para o(s) outro(s).

  • Ajudar a viver - quem busca ajudar o outro, não gera obrigações desnecessárias para ele.  As ações de iniciativa própria com o objetivo de ajudar o outro devem ser frutos do amor, pois estas não geram obrigações, não exigem reciprocidade.

A convivência com o(s) outro(s) tem seu preço: nunca é  só satisfação, também tem obrigação. Entretanto, o preço não pode ser proibitivo, sob pena de inviabilizar o objetivo básico do relacionamento: a satisfação mais fácil das necessidades por todos.

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