No livro "Ditos e feitos memoráveis de Sócrates", Xenofonte, discípulo de Sócrates, escreveu:

"Sócrates não fazia [especificamente] uma distinção entre sabedoria e prudência. Entretanto, se alguém conhecesse e praticasse o que é nobre e bom, conhecesse e evitasse o que é vil, ele o julgaria como tanto sábio como prudente. Além disso, quando indagado se julgava que os que sabem o que devem fazer e, a despeito disso, fazem o oposto são, ao mesmo tempo, sábios e viciosos, ele respondeu:

• 'Não, não é bem assim. São tão loucos quanto viciosos. Penso que todos podem escolher entre vários procedimentos, e que escolhem e seguem aquele que consideram mais favorável aos seus interesses. Minha conclusão é que os que trilham o caminho errado não são nem sábios nem prudentes.'

Dizia que a justiça e qualquer outra forma de virtude é sabedoria.

• 'De fato, ações justas e todas as formas de ação virtuosa são nobres e boas. Quem conhece o nobre e o bom jamais escolherá qualquer outra coisa, enquanto aqueles que não os conhecem não são capazes de praticar o que é nobre e bom, e mesmo que tentem, falharão. Assim, os sábios fazem aquilo que é nobre e bom, ao passo que os que carecem de sabedoria não podem fazê-lo, e estão fadados ao fracasso se tentarem. Consequentemente, como ações justas e todas as demais formas de ações nobres e boas são ações virtuosas, fica evidente que a justiça e toda outra forma de virtude é sabedoria.'"