liberdade e autoconhecimento

Sente-se livre quem (1) faz escolhas conscientes e/ou compatíveis com a essência e (2) faz o que quer.

O exercício pleno da liberdade exige autoconhecimento: a pessoa deve estar consciente de sua escolha, quer seja ela expressão da essência, quer não. Quando a pessoa desenvolve a faceta homem camaleão a ponto de acreditar ser o que não é, ela fica incapaz de realizar uma escolha consciente e, nesta situação, a liberdade fica comprometida em decorrência das deformações permanentes existentes no querer. Quanto mais consolidado/permanente for o desenvolvimento da faceta homem camaleão, menor a liberdade da pessoa, pois ela passa a ter uma consciência distorcida de si e do contexto e, portanto, suas escolhas ficam prejudicadas - sua identidade se encontra corrompida em decorrência de suas interações com o meio e, portanto, suas escolhas sofrem uma influência continuada desta vivência e não são absolutamente livres.

A liberdade é condição essencial na busca do próprio bem; se a pessoa já não sabe o que é melhor para ela, a liberdade de querer fica comprometida - ela pode querer o que não quereria se se conhecesse, se não tivesse sido levada e modificada pelas circunstâncias. Se a pessoa não puder escolher entre agir de acordo com a própria essência ou contrariá-la, ela não é livre. A escolha que contraria a essência deve ser consciente e não pode ser obrigatória, o que configuraria cerceamento da liberdade. O sentimento de liberdade está relacionado ao querer consciente - a pessoa precisa saber porque quer. Ter liberdade para escolher de forma inconsciente é inócuo, pois a pessoa não está apta ao seu exercício (é equivalente ao incapaz). A pessoa incapaz de escolher conscientemente é escrava de sua ignorância.

A pessoa consciente buscará satisfazer as necessidades de segurança, ter, ser e amar sem comprometer a de liberdade.