capitalismo
O capitalismo
é um sistema de organização da economia, baseado
na propriedade privada dos meios de produção, na
criação de produtos ou serviços com fins
lucrativos e num mercado auto-regulador no tocante a preços e
salários.
Nele há pouca ou nenhuma interferência do governo; a
“mão invisível” é o regulador da
economia, que deve ser deixada à vontade em um ambiente de
competição. Ao invés de gerar o caos, a livre
concorrência, como se orientada por uma “mão
invisível”, leva um resultado favorável
à própria economia e, assim, as atividades de
milhões de pessoas, cada um buscando seu próprio
interesse, são coordenadas.
No capitalismo há a supremacia do capital e o foco não
está no ser humano, mas na produção e consumo
necessários para remunerar o capital. Nele, o interesse pelo ser
humano fica reduzido à sua utilidade para a
manutenção do ciclo, ou seja, se o indivíduo
não é produtor e/ou consumidor ele não
desperta interesse. Este enfoque mantêm alijados os muito pobres,
por não terem dinheiro para consumir e nem a
capacitação necessária para serem aproveitados na
produção.
O capitalismo tem como base o ciclo: necessidade,
produção, consumo, lucro, necessidade.... Quando a pessoa
necessita realmente de algo, ela busca e, portanto, saber produzir
é o fator determinante para a manutenção do ciclo.
Quando a pessoa não precisa de algo, ela precisa ser induzida
à busca (necessidade artificial) e, portanto, saber vender
é o fator determinante. Dessa forma, a propaganda maciça
dos bens de consumo alimenta o desejo das pessoas (cria necessidades),
enquanto a possibilidade de lucros incentiva os empresários a
utilizarem os seus conhecimentos e recursos para satisfazer esses
desejos. Complementarmente, o capitalismo busca ocupar todo o tempo da
pessoa com a produção e o consumo, o que anula o senso
crítico (cria um estado de alienação), tornando-a mais facilmente vulnerável às
estratégias de marketing.
O capitalismo busca difundir e perpetuar uma cultura que lhe é
favorável, onde todas as necessidades são expressas em
função do consumo. Para tanto:
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Reduz as necessidades de Ser e Amar a reflexos do Ter;
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Difunde a crença de que o que a pessoa é (Ser) é função do que ela tem (Ter), do que ela consome;
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Difunde a crença de que Amar se resume a ajudar o outro a satisfazer as suas necessidade de Ter - a Doar coisas.
O foco das pessoas na produção e consumo tem como resultado um aumento continuado da produção e do consumo e, para aumentá-la indefinidamente, o capitalista cobra do governo a capacitação de todos, inclusive dos excluídos, para a produção, o que tem como consequência o direcionamento do ensino para o atendimento aos interesses do capital. Adicionalmente, para manter os governantes subordinados a seus interesses, o capitalista financia as campanhas aos cargos do legislativo e do executivo.
Em resumo, o capitalismo produz mais porque:
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Não tem limites éticos - utiliza o ser humano e os recursos naturais até a exaustão e faz o que for preciso para sobreviver;
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Fomenta o consumo desnecessário, mediante a criação de necessidades artificiais;
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Busca manter a pessoa estagnada na necessidade de Ter, faz uso da escravidão em suas diversas formas (fomentando o endividamento, o vício em comprar, etc.), além do que, até as patologias dele decorrentes resultam em consumo (serviços, medicamentos, etc.), alimentando o sistema.
O capitalismo é o regime ideal para fazer crescer o "bolo", mas é ruim para distribuí-lo, além do que, busca fazê-lo crescer indefinidamente, o que não é sustentável e nem compatível com a evolução do ser humano. Entretanto, é o mais adequado quando a sobrevivência está ameaçada e o espírito de competição se faz necessário para garantir a vida.