Aristóteles e a felicidade
Segundo o filósofo grego Aristóteles, a felicidade está na prática e na contemplação das virtudes clássicas da sabedoria, moderação, coragem e justiça:
"Quanto
à vida dedicada a ganhar dinheiro, é uma vida
forçada, e a riqueza não é, obviamente, o bem que
procuramos: trata-se de uma coisa útil, nada mais, e desejada no
interesse de outra coisa.
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Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra coisa, é
considerada como um bem. Ela é buscada sempre por si mesma e
nunca no interesse de uma outra coisa; enquanto a honra, o prazer, a
razão, e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por
si mesmas (visto que as escolheríamos mesmo que nada delas
resultasse), fazemos isso no interesse da felicidade, pensando que por
meio dela seremos felizes. Mas a felicidade ninguém a escolhe
tendo em vista alguma outra virtude, nem, de uma forma geral, qualquer
coisa além dela própria.
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A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo....
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Pensamos que o homem verdadeiramente bom e sábio suporta com
dignidade todas as contingências da vida e sempre tira o maior
proveito das circunstâncias....
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A virtude também se divide em espécies, de acordo com
esta subdivisão, pois dizemos que algumas virtudes são
intelectuais e outras morais; por exemplo, a sabedoria
filosófica, a compreensão e a sabedoria prática
são algumas das virtudes intelectuais; e a liberalidade e a
temperança são algumas das virtudes morais. (....) Como
vimos, há duas espécies de virtude, a intelectual e a
moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e
crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao
passo que a virtude moral é adquirida em resultado do
hábito (...) É evidente, pois, que nenhuma das virtudes
morais surge em nós por natureza, visto que nada que existe por
natureza pode ser alterado pelo hábito. (...) Não
é, portanto, nem por natureza nem contrariamente à
natureza que as virtudes se geram em nós; antes devemos dizer
que a natureza nos dá a capacidade de recebê-las, e tal
capacidade se aperfeiçoa com o hábito...."